12 de abr. de 2011

Cisma

Eu tenho, ou tinha, um pilar. E descobri que, mesmo que sua localização fosse um segredo guardado a sete chaves, ele estaria sempre exposto. Um pilar deve ser resistente, deve dar sustentação. Mas da física chegam cálculos e leis que nos deixam sempre em alerta. Atingido no ponto certo e com a intensidade ideal, qualquer pilar há de ruir. Acho que daí vem a explicação pra muito do que possa ser, aparentemente, incompreensível.
Minha viga experimentou esta equação. Nem ouso descrever o que foi. Minha intimidade com as palavras não chega a tanto. A poeira dos escombros, as ruínas amontoadas... são paisagens com as quais não consigo conviver. Ainda sigo sem norte. Um pouco distante desse cenário árido, posso ver que a fundação ainda está lá. De alguma maneira minha fragilidade continua a mesma, assim como a fonte do golpe continua à espreita. O pavor de vivenciar o mesmo cisma me restringe. Entre alvo e refém, ainda não encontrei a via de escape.